O território do Alentejo preserva um notável e raro patrimônio megalítico, construído pelos povos dos períodos Neolítico e Calcolítico. De fato, a maior região de Portugal é também onde existe a maior concentração de monumentos megalíticos europeus, a arquitetura mais antiga da Europa.
Este patrimônio cultural único é constituído por monumentos de pedras formados por enormes e numerosos menires (grandes pedras cravadas no chão de forma vertical) e dolmens (ou anta, galerias cobertas que possibilitavam o acesso a uma tumba).
Nos arredores de Castelo de Vide, Montemor-o-Novo, Évora e Monsaraz encontram-se muitos destes vestígios pré-históricos. Conheça alguns dos principais monumentos megalíticos do Alentejo:
Cromeleque dos Almendres
Situado a poucos quilômetros de Évora, na aldeia de Nossa Senhora de Guadalupe, está o maior círculo de menires da Península Ibérica. Ao todo, são 95 menires de formatos e tamanhos diferentes, construídos por volta de seis mil anos a.C., ou seja, mais antigos que o famoso Stonehenge, localizado na Inglaterra! Em alguns destes monólitos, ainda é possível ver vestígios de gravuras rupestres, já meio apagadas pela erosão dos anos.
Anta do Barrocal
Pertinho do Cromeleque dos Almendres, na freguesia de Nossa Senhora de Tourega, fica a Anta do Barrocal. Este monumento megalítico funerário foi construído com enormes pedras que formam uma espécie de casinha.
Anta do Olival da Pêga
Próximo ao povoado do Telheiro, na estrada de Monsaraz a Reguengos de Monsaraz, encontra-se a Anta do Olival da Pêga, uma anta de corredor, de câmara poligonal que ainda conserva o esteio superior e os laterais. Trabalhos arqueológicos recentes revelaram que o local faz parte de uma necrópole coletiva, com quatro áreas funerárias anexas.
Anta do Livramento ou Anta de São Brissos
A Anta da Capela de Nossa Senhora do Livramento está localizada nas imediações da aldeia de São Brissos, em Montemor-o-Novo. Sem dúvida, esta é uma região com muitos vestígios de ocupação humana de tempos remotos. Este monumento megalítico foi transformado em capela no século 17.
Anta Grande do Zambujeiro
Localizada na Herdade da Mitra, em Valverde, a Anta Grande do Zambujeiro é uma das mais famosas da região, já que tem cerca de oito metros de altura e um corredor de 12 metros de comprimento. Erguida no período Neolítico, cerca de quatro mil anos a.C., é o maior monumento megalítico funerário conhecido na Península Ibérica, e um dos maiores da Europa.
Museu Interativo do Megalitismo
Na vila de Mora, distrito de Évora, fica o Museu Interativo do Megalitismo, que reúne importantes artefatos arqueológicos e de povoações pré-históricas da região. Há centenas de peças expostas, algumas com mais de seis mil anos, que foram descobertas em escavações. Além disso, no local há filmes em 3D que retratam a vida do povo neolítico e mesas interativas com informações sobre as peças expostas e a história dos monumentos megalíticos.
Veja ainda:
Na vila de Pavia, visite o Cromeleque do Monte das Fontainhas, a singular Anta de Pavia e a Capela de São Dinis do século 17, uma das mais importantes antas-capelas do país. Perto de Rosário, em Alandroal, conheça a Anta de Santa Luzia; em Évora, descubra as antas do Barrocal, e em Elvas, visite a Anta da Coutada da Barbacena.
Em Nisa, faça uma visita à Anta da Vila de Nisa e ao menir do Patalou, importantes monumentos megalíticos da região. Já em Montemor-o-Novo, conheça a Anta da Herdade da Serranheira, as antas Grande e Pequena da Comenda da Igreja e a anta da Herdade dos Tourais, onde ainda é visível uma câmara poligonal com sete esteios e vestígios de mamoa (pequena elevação de terreno que cobre um monumento sepulcral pré-histórico).
Desvende ainda a Anta do Monte da Ordem e Anta da Herdade das Figueirinhas, em Avis; conheça a Anta do Penedo da Moura e Anta de Alter Pedroso, em Alter do Chão; o menir da Carrilha em Monforte; a Anta da Horta do Mourato em Campo Maior; e no Crato, explore a Anta do Crato e a Anta do Tapadão.