Os moinhos de vento são muito comuns no Alentejo e há uma grande variedade deles espalhada por diversas cidades da maior região de Portugal. Das modernas turbinas eólicas aos antigos moinhos que pontilham as encostas, eles fazem parte da paisagem e da história alentejana.
Existem vários grupos de moinhos de vento que podem ser explorados nos arredores de Santiago do Cacém, Odemira, Grândola e Ponte de Sor. Muitos desses moinhos foram restaurados e alguns estão disponíveis para alugar como casas de veraneio. Veja abaixo alguns moinhos de vento para visitar no Alentejo.
Santiago do Cacém
A riqueza dos moinhos de vento de Santiago do Cacém deve-se à dimensão da vila e aos seus ricos campos que cultivavam cereais e trigo. O Moinho de Vento da Quintinha, construído em 1813, foi totalmente restaurado e é um ótimo lugar para ver como esses moinhos funcionavam e a importância que desempenhavam na comunidade.
Já o Museu da Farinha de São Domingos está instalado em um antigo moinho, onde é possível ver como era o processo de moagem antigamente, com seus mecanismos elaborados em madeira com tambores de moagem conectados a correias que ainda funcionam como décadas atrás.
Próximo ao museu da farinha está o Moinho de Castro Verde, localizado no Largo da Feira, perto de Castro Verde. Construído na primeira metade do século 20, o moinho foi todo restaurado, incluindo os seus mecanismos de moagem. Hoje abriga um núcleo museológico do qual ele faz parte.
Odemira
O Moinho de Vento de Odemira é histórico e junto com um moinho em ruínas nas proximidades faz parte do complexo Moinhos Juntos. Ainda hoje, ele é usado para moer grãos e possui uma pequena loja em sua estrutura. Sua construção em pedra é simples e circular, com paredes exteriores caiadas de branco e pintadas com riscas azuis, além de quatro velas triangulares.
O Moinho da Agonia, também conhecido como Moinho da Carrasqueira, fica na freguesia de São Luís e segue o modelo tradicional de um moinho típico da região do Mediterrâneo, com uma torre fixa e um capelo giratório. Ele integra a área protegida do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, classificado como Sítio de Interesse Comunitário da Costa Sudoeste.
Também em São Luís está o Moinho de Vento da Pereira, construído no século 19 com uma torre fixa e um capelo giratório. O local oferece uma vista panorâmica para a Serra de Monchique e para o Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina.
Outros moinhos existentes na região de Odemira são o Moinho de Vento das Quintas, também conhecido como Moinho de Vento da Lage, construído em 1923 em São Luís; o Moinho da Longueira, localizado no centro da aldeia de mesmo nome, construído em 1920 e totalmente restaurado; e o Moinho das Verdigueiras, construído no topo de uma colina em Luzianes-Gare na primeira metade do século 20.
Grândola
Na vila de Grândola, os moinhos mais comuns eram os movidos a água, enquanto os de vento só começaram a ser construídos nos séculos 18 e 19. Todos os moinhos de vento eram de modelo fixo, os mais comuns nesta região do país. Embora diferentes nos detalhes, eles tinham uma torre cônica fixa, dois andares com capelo, além do mastro, velas e todo sistema para fazer o moinho funcionar. Hoje, os moinhos de vento ainda em funcionamento são Fontainhas, Murtais e Corte Cerrada.
Para compensar a temporária falta de vento, alguns moinhos do século 20, como os de Santa Margarida, Fontainhas, Atalaia do Viso e Nespereira, foram adaptados para moagem com energia fornecida por motores de combustão.
Os moinhos de vento de Grândola, solitários no alto das suas colinas, tinham ares de sentinela, vigiando a aldeia. Durante séculos, os moleiros controlaram os ventos nas velas de seus moinhos, transformando a força do vento em pão.
Ponte de Sor
Desde a Idade Média, os moinhos de água marcam as paisagens verdejantes junto aos açudes de Ponte de Sor. Eles fazem parte do patrimônio histórico-cultural da cidade e, ainda hoje, os visitantes podem ver como se moíam os cereais panificáveis até meados do século 20. Registros indicam a existência de 45 moinhos na região.
Embora os moinhos de água sejam muito mais comuns, Ponte de Sor também tem moinhos de vento que datam do final do século 19. Em Foros de Arrão, existe um moinho que desempenhou papel significativo na vida comunitária e hoje é objeto de interesse de um projeto municipal de recuperação.