Muitas civilizações e culturas viveram e prosperaram no Alentejo e, ainda hoje, muito desse passado pode ser explorado na região. Como é o caso do rico patrimônio judaico do Alentejo. Os primeiros judeus chegaram à região ainda no tempo dos romanos e, por lá viveram durante muitos séculos.
Todas as grandes cidades alentejanas possuíam um bairro judeu, com comércio, tribunais e locais de culto próprios. Mas, com a proibição do judaísmo em 1496, a maioria dessas comunidades desapareceu ou se converteu ao cristianismo, enquanto muitas outras se esconderam. No entanto, a herança da cultura judaica permaneceu e, hoje, faz parte da história e do passado da região. Diversas cidades como Évora, Elvas, Castelo de Vide, dentre outras, guardam um grande patrimônio judaico dessas antigas comunidades.
Évora
Esta capital monumental do Alentejo prosperou nos finais da Idade Média. Foi uma importante cidade romana e um centro mouro até sua queda para os portugueses em meados do século 12. Foi em Évora que uma das maiores comunidades judaicas existiu até o século 15. O bairro judeu de Évora tinha duas sinagogas, um hospital, tribunais, um Midrash, balneários e um próspero comércio. O bairro ficava perto da Praça Giraldo, entre as Portas de Alconchel e as Portas do Raimundo – incluindo as ruas Tinhoso, Mercadores e Moeda.
Castelo de Vide
Linda e convidativa, esta cidade recebe o visitante com casas brancas sob um castelo na colina. No século 14, uma grande comunidade judaica prosperou em Castelo de Vide. O bairro judeu ia desde a porta do castelo até à fonte da aldeia, e seguia para a Rua Nova. Uma sinagoga e um museu medieval bem preservado ficam na esquina da Rua da Judiaria com a Rua da Fonte. Restaurado à sua aparência original, o museu apresenta a arcada de pedra original do século 14. Algumas portas da cidade têm marcações ou ranhuras Mezuzot como prova de seus antigos proprietários judeus.
Elvas, Monsaraz e Marvão
A cidade fortificada de Elvas tem um bairro judeu que antecede o Reino de Portugal, situado no coração da cidade velha, entre a Rua João de Olivença, Sapateiros e Aires Varela. Já Monsaraz, cidade murada localizada em uma colina, antigamente foi um centro da vida judaica. O local tem um Centro de Herança Judaica para documentar a vida e as lutas da comunidade judaica perdida desta pitoresca cidade.
A impressionante cidade fortaleza de Marvão serviu como porta de entrada para milhares de judeus que fugiram da Espanha nos séculos 15 e 16. A aldeia de Alpalhão possui um notável bairro judeu onde as Mezuzots nas portas se encontram junto a cruzes posteriores, para demonstrar que a família que ali vivia tinha se convertido ao cristianismo.