Não é preciso ser especialista em vinhos para curtir as bebidas produzidas no Alentejo ou as inúmeras experiências enogastronômicas oferecidas na nossa região. No entanto, se você quiser ficar mais antenado no mundo do vinho, aprender mais sobre a bebida e visitar o Alentejo entendendo tudo sobre esse universo, nós preparamos um guia completo de como se tornar um especialista em vinhos!
1. Experimente vários vinhos diferentes
Primeiramente, uma dica muito difícil de seguir: beber muitos vinhos! Mas é claro que, para aprender mais sobre o assunto, não basta apenas beber, é preciso prestar atenção e tentar entender sobre as diversas características que influenciam em seu sabor. Para isso, uma boa opção é escolher diversos vinhos da mesma casta para provar durante um período. Assim, ficará mais fácil compreender as similaridades entre esses rótulos. Isso pode ser feito com uma casta por vez. Você também precisará estudar os blends de diferentes castas, pois são muito comuns. Veja abaixo as castas mais utilizadas no Alentejo:
Tintas
Alicante Bouschet
Apesar não ser considerada oficialmente portuguesa, esta casta já é vista como alentejana, justamente por ser tão parte da cultura vitivinícola da região. Ela proporciona vinhos intensos e carregados de cor. Nos blends, acrescenta cor, vigor e volume. De fato, poucas vezes é engarrafada sozinha!
Touriga Nacional
Talvez seja a casta mais icônica de Portugal! Na verdade, é a variedade portuguesa que mais viaja, e provavelmente a mais elogiada e desejada entre as castas nacionais. Uma das principais características dos vinhos desta casta são as cores densas e profundas, bem como a profundidade dos aromas primários, sempre intensos.
Trincadeira
Uma das variedades melhor adaptadas à secura do Alentejo, a trincadeira dá corpo a vinhos aromáticos e frutados, tendencialmente florais. Da mesma forma, conta com elevada acidez natural. Pelos produtores, é considerada uma uva temperamental, mas é indispensável à viticultura alentejana.
Brancas
Antão Vaz
Esta casta regional é muito amada por enólogos e enófilos, orgulho e alma dos melhores vinhos brancos do Alentejo. Sem dúvida, dá corpo a vinhos perfumados, estruturados, firmes e encorpados. Além disso, se colhida cedo, dá origem a vinhos vibrantes na acidez, exóticos no aroma e firmes na boca.
Arinto
Também muito tradicional no Alentejo, a casta Arinto é conhecida por sua acidez inflexível. Assim sendo, oferece vinhos tensos e vibrantes, de elevada acidez natural e perfil mineral. Em geral, são vinhos frescos e com bom potencial de guarda.
Roupeiro
Esta é a casta branca mais plantada no Alentejo! Ela não apenas produz muito, mas também marca os vinhos com aromas primários entusiasmantes e notas perfumadas de frutos cítricos, como laranja, limão e pêssego.
Terroir
Além das castas, um bom especialista em vinhos precisa conhecer também o terroir da região produtora. O terroir nada mais é que o conjunto de fatores que influenciam no resultado final do vinho: clima, solo, relevo, entre outros. O Alentejo, por exemplo, tem um terroir privilegiado para a vitivinicultura: dias quentes e noites frescas, clima seco e planícies são características essenciais para a qualidade dos vinhos alentejanos.
2. Pesquise sobre as safras
A safra de um vinho diz muito sobre ele. Isso porque, independente de onde ele foi produzido e como, cada ano traz variações climáticas que influenciam no resultado final. Um índice maior ou menor de chuvas, clima mais frio ou calor influenciam no tempo que a uva leva para estar pronta para colheita e na qualidade da fruta, e isso está presente de forma sutil no paladar e no aroma da bebida.
3. Aprenda como os vinhos são feitos
Há muitas variáveis na produção dos vinhos. Algumas vinícolas trabalham com diversos processos mecanizados; outras fazem tudo manualmente, inclusive a colheita e a pisa das uvas. Há enólogos que não abrem mão da maturação do vinho em barricas de madeira, enquanto outros apostam nas cubas de inox. Existem até mesmo vinícolas que investem em práticas orgânicas e biodinâmicas, respeitando a natureza, fazendo cada etapa do processo em momentos ideais de acordo com a lua e até realizando colheitas noturnas. Tudo isso se reflete no vinho que você bebe! Um bom jeito de aprender é realizando algumas das experiências de enoturismo disponíveis nas vinícolas alentejanas.
4. Entenda as características principais dos vinhos
Um verdadeiro especialista em vinhos precisa compreender quais características pode sentir ao provar um rótulo. Listamos algumas delas abaixo! Preste atenção no equilíbrio entre estas características.
Tanino
O tanino é uma substância natural da casca da uva. No vinho, ele causa a sensação de ressecamento na língua – similar ao que se sente ao comer uma banana verde, por exemplo.
Acidez
Há vários ácidos naturais no vinho, que evitam que a bebida estrague ao longo do processo de fermentação. Para identificá-la, fique atento às laterais da língua e à sensação de salivação, ou seja, a mesma que se tem ao chupar um limão.
Doçura
Essa é fácil: vem do açúcar da uva. Nos vinhos secos, quase não se sente, pois o açúcar da fruta é, quase em sua totalidade, transformado em álcool durante a fermentação.
Álcool
É o teor alcoólico da bebida, influenciado pela quantidade de açúcar que havia na uva.
Corpo
É a sensação que o vinho causa na boca em termos de peso ou volume. Só para ilustrar, uma forma de entender melhor é pensar nos diferentes tipos de leite – integral, semidesnatado ou desnatado.
5. Saiba quais são os defeitos de um vinho
Você não é obrigado a gostar de todos os vinhos que os enólogos elogiam. No entanto, não pode considerar um vinho ruim só porque não é do seu gosto! Os especialistas em vinhos conseguem identificar verdadeiros defeitos das bebidas, tais como a oxidação (notas avinagradas), a “doença da rolha” (notas de mofo), ou os vinhos cozidos (sem notas frescas), por exemplo.
6. Não se preocupe com os sabores específicos
Já ouviu enólogos ou sommeliers afirmando que um vinho tem aroma de flor de laranjeira, raspas de limão, cranberry ou groselha? Se você está apenas começando no mundo dos vinhos, não conseguirá identificar esse tipo de especificidade. Leva muito tempo e prática para chegar lá! Para começar a se enveredar por este caminho, pode tentar captar aromas mais gerais, como frutas cítricas ou frutas vermelhas, flores ou ervas.
7. Leia bastante sobre vinhos
Se você quer ser um especialista em vinhos, saiba o que dizem os verdadeiros especialistas! Ao provar um rótulo, você pode buscar na internet mesmo qual a opinião de enólogos e sommelier sobre ele, além de conferir, principalmente, o que dizem os produtores. Use as informações como base com o intuito de verificar se você consegue identificar os elementos citados e se concorda com o que dizem!