Você já ouviu falar em vinho de talha? Este é um tipo de vinho diferente, mas que pode ser encontrado aqui no Alentejo. Ele é conhecido pelo seu paladar encorpado e intenso!
De onde veio o vinho de talha?
O vinho de talha era produzido na época do Império Romano. Como esta civilização ocupou, há milhares de anos, o território onde hoje fica Portugal, é possível encontrar inúmeros vestígios daquela época, que vão de imponentes construções até marcas na história, cultura e tradição.
Este vinho é uma dessas marcas. Os conhecimentos milenares para a sua produção foram passados de geração em geração sem sofrer quase nenhuma alteração com o tempo.
Qual é sua principal característica?
Há várias maneiras de produzir o vinho de talha, mas o elemento mais importante e que é comum a todas elas é o uso da talha como recipiente para fermentação. A talha nada mais é que um grande vaso ou ânfora de barro que pode chegar a dois metros de altura.
Ademais, outra característica deste tipo de vinho é que os brancos e tintos são produzidos da mesma maneira. De fato, há até mesmo um tipo de vinho de talha que mistura uvas brancas e tintas, conhecido como “petroleiro”.
Como o vinho de talha é produzido?
Todo o processo de produção do vinho de talha é o mais natural possível. Primeiramente, as uvas são colhidas, separadas dos galhos e amassadas, e então são colocadas diretamente nas talhas.
Então, dentro do recipiente, a fermentação começa de maneira espontânea, enquanto outro movimento acontece: a separação das películas das uvas, que sobem naturalmente para a superfície do líquido, formando uma cobertura firme.
Em segundo lugar, esta cobertura de películas é quebrada e afundada novamente no líquido, de forma que a cor, o aroma e o sabor do vinho se intensifiquem. Isso é feito até que as películas enfim se depositem no fundo da talha. Isto mostra que a fermentação chegou ao fim.
O segredo
Há mais um segredo para que o vinho de talha seja tão especial. A retirada do vinho de dentro da própria talha também é uma parte importante do método. Isso porque uma torneira é posicionada na parte de baixo do recipiente, de forma que o líquido não apenas seja passado para as garrafas, mas seja filtrado pelo bagaço que estava no fundo, formado por películas, sementes e outras partes sólidas da uva.
O resultado é um vinho cheio de personalidade, com sabor que pode variar de acordo com as castas de uvas utilizadas e outras técnicas da vinícola. No entanto, uma coisa é possível dizer: a bebida será sempre única e inesquecível.